O Ibovespa fechou em alta de 0,44%, a 128.154 pontos, impulsionado por Petrobras e Vale, enquanto as bolsas americanas oscilaram à espera de dados de inflação nos EUA e da ata do Copom.
As enchentes no RS e a dívida pública do estado também estiveram em foco. A Azul se destacou com resultados positivos, enquanto a Yduqs teve queda no lucro.
Manhã agitada:
O dia 13 de maio começou agitado nos mercados, com os olhos voltados para diversos eventos de grande relevância. Nos Estados Unidos, a expectativa girava em torno da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de abril, um indicador crucial para a política monetária do país. A cautela era evidente nas bolsas americanas, que oscilaram sem grande ímpeto à espera do dado crucial.
CPI e suas implicações:
A inflação nos EUA é um tema central para o mercado, pois influencia diretamente as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Se o CPI vier mais alto do que o esperado, sinalizando uma inflação persistente, o Fed poderá se inclinar para manter ou até mesmo aumentar a taxa de juros, pressionando os mercados financeiros. Por outro lado, um CPI mais baixo traria alívio para os investidores, pois indicaria que a inflação está sob controle e que o Fed poderá manter uma postura mais amena.
Megale e as expectativas:
Caio Megale, economista-chefe da XP, resumiu bem a expectativa do mercado: “se tiver um CPI mais alto (do que a expectativa), os mercados vão sentir e os juros vão subir. Em contrapartida, se o CPI vier mais baixo, vai consolidar um cenário de corte de juros”. Essa frase resume a importância do dado para o futuro dos investimentos.
Enchentes no RS: tragédia e medidas emergenciais:
Enquanto a economia americana se preocupa com a inflação, o Brasil enfrenta uma tragédia de proporções épicas: as enchentes no Rio Grande do Sul. O número de mortos aumenta a cada dia, e o impacto social, econômico e ambiental da catástrofe é imenso. Para amenizar o sofrimento da população e iniciar a reconstrução do estado, os principais líderes do país se reuniram com o governador Eduardo Leite.
Acordo histórico:
O resultado da reunião foi um acordo histórico: a dívida do Rio Grande do Sul com a União será suspensa por 36 meses, e os juros serão zerados sobre todo o estoque. Essa medida permitirá que o estado destine R$ 12 bilhões para a reconstrução, um passo crucial para amenizar os danos causados pelas enchentes.
Lula e Haddad na linha de frente:
O presidente Lula, que cancelou uma viagem ao Chile para se dedicar à crise no RS, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacaram a importância do acordo para o estado. “É um passo importante”, disse Leite, mas ponderou que “ainda é preciso mais”. A situação exige atenção constante e medidas eficazes para garantir a recuperação do estado.
Arcabouço fiscal e déficit primário:
Apesar da suspensão da dívida do RS, especialistas alertam para um possível aumento do déficit primário do Brasil este ano. A Moody’s Ratings projeta um déficit entre 0,50% e 0,75%, enquanto o J.P.Morgan eleva a estimativa para R$ 30 bilhões. O arcabouço fiscal, que limita os gastos públicos, precisará ser ajustado para acomodar os novos custos com a reconstrução do RS.
Bolsas brasileiras:
No Brasil, a B3 teve um dia positivo, com o Ibovespa subindo 0,44%, para 128.154 pontos. O dólar comercial recuou 0,13%, para R$ 5,15. A alta do Ibovespa foi impulsionada por diversos fatores, incluindo a expectativa pelo balanço do 1T24 da Petrobras, a decisão do STF sobre a indicação de políticos para cargos de direção em estatais e a forte performance das ações de bancos.
Destaques do dia:
Petrobras: A Petrobras divulga seu balanço do 1T24 hoje. Apesar da expectativa de números mais fracos, os investidores apostam em dividendos bilionários.
STF: O STF decidiu restabelecer restrições para a indicação de políticos para cargos de direção em estatais, mas permitiu que os atuais ocupantes desses cargos permaneçam nos postos.
Minério de ferro: O minério de ferro subiu na China, impulsionando a Vale (VALE3).
Bancos: As ações dos bancos tiveram uma boa performance, com destaque para Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e BB (BBAS3).
Azul (AZUL4): A Azul (AZUL4) teve resultados surpreendentes no 1T24, com Ebitda recorde, mesmo com dívida mais alta. A companhia aérea se beneficiou da forte demanda por viagens, o que levou a um aumento significativo no preço das passagens aéreas.
Yduqs (YDUQ3): Em contraste com a Azul, a Yduqs (YDUQ3) teve um desempenho fraco no 1T24, com forte queda no lucro líquido. A empresa de educação foi impactada pela inadimplência e pela redução da demanda por cursos presenciais.
Copom: A ata da última reunião do Copom, que será divulgada amanhã, poderá trazer mais detalhes sobre os motivos do corte menor da Selic e do dissenso entre os integrantes.
Boletim Focus: O Boletim Focus do Banco Central, divulgado hoje, mostrou que as expectativas para o IPCA, a Selic e o PIB subiram.
Conclusão:
O dia 13 de maio foi marcado por eventos de grande relevância para os mercados financeiros, tanto no Brasil quanto no exterior. A inflação nos EUA, as medidas para amenizar o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, o balanço da Petrobras e a ata do Copom são apenas alguns dos fatores que os investidores devem considerar ao tomar suas decisões de investimento.
É importante lembrar que as informações acima são apenas um resumo dos principais acontecimentos do dia. Para uma análise mais aprofundada, consulte fontes confiáveis de informação financeira.