O candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), declarado como o mais rico entre os concorrentes com um patrimônio de R$ 193,5 milhões, pode ter omitido parte significativa de seus bens na declaração à Justiça Eleitoral.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que Marçal não incluiu na sua declaração várias empresas, imóveis e aeronaves, o que pode representar uma diferença de até R$ 168 milhões a mais em seu patrimônio.
Omissões e Subvalorização de Bens
Segundo a apuração, o modelo de declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite brechas que podem levar a omissões. Marçal teria deixado de declarar ao menos duas empresas das quais é sócio e subvalorizado outras que foram informadas.
Por exemplo, ele declarou que possuía 90% da Marçal Participações, avaliada em R$ 450 mil. No entanto, dados da Receita Federal mostram que essa empresa tem um valor de R$ 2,9 milhões.
Além disso, essa mesma empresa possui R$ 79 milhões em imóveis, incluindo um terreno avaliado em R$ 24 milhões, além de uma aeronave e dois helicópteros. Um dos helicópteros foi estimado entre R$ 10 milhões e R$ 35 milhões.
Empresas Não Declaradas
A reportagem também descobriu que a Marçal Incorporadora, com capital social de R$ 30 milhões, e a Mcar Holding, co-gerida por Marçal e sua esposa Ana Carolina Marçal, não foram incluídas na declaração ao TSE. Outra empresa, a Marçal Holding, teve 50% de suas cotas declaradas por R$ 250 mil, mas o capital social real é de R$ 39 milhões.
Outras empresas, como a Flat Participações e a Aviation Participações, foram declaradas, mas a omissão de várias outras levanta questões sobre a precisão da declaração de patrimônio feita por Marçal.

Impacto na Campanha
A estreia da propaganda eleitoral para a prefeitura de São Paulo começou recentemente, mas Marçal, que tem se destacado nas redes sociais, não tem direito a participar do horário eleitoral gratuito na TV, uma vez que seu partido, o PRTB, não possui representação no Congresso Nacional.
Enquanto isso, candidatos como Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) têm usado o tempo de propaganda para se apresentar aos eleitores.