Dólar Sobe Mais de 1% com Ajustes Internos e Força no Exterior

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Nesta sexta-feira, o dólar subia mais de 1% frente ao real, quebrando uma sequência de sete sessões consecutivas de perdas.

O movimento reflete ajustes de investidores nacionais em meio à força crescente da moeda norte-americana no exterior.

Às 11h01, o dólar à vista subia 1,12%, sendo negociado a R$ 5,4820. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 1,11%, a R$ 5,488.

Ajustes no Mercado Interno

Os investidores estão realizando ajustes em suas posições após uma semana em que o dólar enfraqueceu em resposta ao início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, com o Federal Reserve (Fed) cortando os juros em 50 pontos-base. Além disso, o aumento da Selic no Brasil em 25 pontos também influenciou a movimentação.

Com a perspectiva de maior diferencial de juros entre os Estados Unidos e o Brasil, a moeda norte-americana acumulou perdas contra o real, caindo mais de 2% até o fechamento da última quinta-feira e alcançando sua menor cotação em um mês.

No entanto, o impulso da moeda brasileira parece ter se esgotado nesta sexta-feira, à medida que os investidores reagiam a uma recuperação do dólar no cenário internacional.

Recuperação Externa do Dólar

No exterior, o dólar recuperava parte das perdas acumuladas após a decisão do Fed. Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, “observamos dois dias seguidos de apetite por risco elevado após a decisão do Fed, então hoje há uma possibilidade de correção técnica”.

Sem dados econômicos de peso nesta sessão, o dólar recebeu um leve impulso da decisão de política monetária do Banco do Japão, que manteve sua taxa de curto prazo em 0,25% e indicou que será paciente em relação a futuros aumentos de juros. Como resultado, o dólar subia 1,1% frente ao iene, sendo cotado a 144,19.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas, também subia 0,24%, atingindo 100,910.

Perspectiva de Risco

De acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank, a euforia pós-Fed está se dissipando, especialmente no que diz respeito aos ativos de risco, que haviam se valorizado após a Super Quarta — quando o Fed e o Banco Central do Brasil anunciaram suas respectivas decisões de política monetária.

No entanto, Moutinho ainda acredita que o diferencial de juros e um cenário global mais positivo continuarão a favorecer a tendência de queda do dólar a médio prazo.

Impacto das Commodities e Mercados Emergentes

O dólar também foi favorecido pelos preços mais fracos das commodities, como minério de ferro e petróleo. A queda nesses mercados afeta países exportadores de matérias-primas, como o Brasil, pressionando suas moedas. A piora das perspectivas econômicas da China, o maior importador global de commodities, devido à sua crise de demanda doméstica, tem sido um dos fatores centrais dessa tendência de queda nos preços.

Em outros mercados emergentes, o dólar subia frente ao peso mexicano e ao peso colombiano, enquanto se mantinha estável em relação ao rand sul-africano.

Conclusão

O dólar voltou a se fortalecer após um período de perdas, refletindo ajustes internos e a recuperação da moeda no exterior. A manutenção das taxas de juros pelo Banco do Japão e a fraqueza nos mercados de commodities contribuíram para essa alta. Contudo, a perspectiva de longo prazo aponta para a possibilidade de uma nova queda da moeda americana, caso o cenário global melhore e o diferencial de juros continue a favorecer o real.

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